Nos últimos anos vimos crescer de forma expoente o número de projetos que estampam com orgulho os selos ESG, numa tentativa legítima – ao menos em teoria – de alinhar os interesses empresariais às boas práticas ambientais, sociais e de governança. No entanto, quando colocamos a lupa sobre muitos Estudos de Impacto Ambiental (EIAs), salta aos olhos uma negligência recorrente: a ausência ou a superficialidade das questões geotécnicas.
Esse é um ponto crítico. Ignorar o risco geotécnico em projetos de infraestrutura não é apenas uma falha técnica — é um equívoco ético. Significa tratar como “ambientalmente responsável” um projeto que pode, por exemplo, provocar deslizamentos de terra, comprometer a estabilidade de barragens ou gerar contaminações subterrâneas por colapsos inesperados de solo. Ou seja, estamos falando de riscos que podem gerar desastres ambientais, sociais e econômicos. Que ESG é esse?
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